Quando você chega no terceiro conto da antologia "Noturno" certamente já se acostumou com o estilo superfícial e simples do autor. E partindo do príncipio que esta característica não vai lhe incomodar mais, é até possível aproveitar a fluidez com que os contos longos podem ser lidos. Mas existe uma certa contradição quando comparamos a inspiração assumida dos textos, o jazz; e o estilo do autor. Enquanto o ritmo musical é conhecido por sua complexidade e imprevisibilidade, o texto é raso na forma e no conteúdo.
(Onde ler: Noturnos - Histórias de música e anoitecer, Kazuo Ishiguro, Editora Companhia das Letras, 2009)
A narrativa sútil de Marquez parece subverter o estranhamento do fantástico, mas será mesmo? Ou será apenas mais uma ferramenta? Enfim, num conto de pouquíssimas páginas, o autor desconstrói o fantástico numa trama simples, que lembra um relato de viagem, e na própria descrição do antigo castelo (supostamente mal assombrado), cuja a arquitetura antiga foi toda modificada. Mas lá no fundo, num quarto escuro, nada foi mexido. (Onde ler: Doze Contos Peregrinos , Gabriel García Márquez, Editora Record, 2008)
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